quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Estruturalismo Linguístico - Parte 2

Pode-se dizer que as teorias estruturalistas representam o grande marco para o
desenvolvimento das pesquisas da linguística moderna. Foram de grande importância as
teorias dos linguísticos pertencentes a este movimento; tanto os europeus quantos os
americanos. Porém não podemos deixar de citar o nome do suíço Ferdinand de
Saussure, cujas teorias deram o “ponta-pé” inicial para o desenvolvimento da ciência da
linguagem, pois foi justamente partindo dessas teorias que os linguistas puderam ampliar
os conhecimentos, bem como acrescentar novas concepções.
O termo estruturalismo em linguística serve para designar uma corrente de
pensamento do inicio do século XX, fundamentada na afirmação de Ferdinand de
Saussure de que “a língua não é um conglomerado de elementos heterogêneos; é um
sistema articulado, onde tudo está ligado, onde tudo é solidário e onde cada elemento
tira seu valor de sua posição estrutural”
Para fundamentar suas afirmações, Saussure estabeleceu uma série de
definições e distinções sobre a natureza na linguagem, que se podem resumir
1. A diferenciação ente langue (língua), é a parte social da linguagem, externa ao
indivíduo, que não pode nem criá-la nem modificá-la, e a parole (fala), é o momento
individual, no sentido da realidade psicofisiológico do ato linguístico particular.
         2. A consideração do signo linguístico. Saussure afirma que “a língua é
conhecida como um sistema de Signos”. Que faz a ligação entre o significante (imagem
acústica) e um significado (conceito), cuja relação arbitrária se defini em termos
paradigmáticos (imagens de outros elementos na memória) ou sintagmáticos (todos
elementos da língua se relacionam com outro, formando cadeias de enunciados).
        3. A distinção entre o estudo sincrônico da língua, ou seja, a descrição do estado
estrutural da língua em um dado momento, e o estudo diacrônico, descrição da evolução
histórica da língua, que leva em conta os diferentes estágios sincrônicos. Saussure
considerou prioritário os estudos sincrônicos, que permite revelar a estrutura essencial
da linguagem: "A língua é um sistema em que todas as partes podem e devem ser
consideradas em sua solidariedade sincrônica "


Observamos também, por um lado, que a nova gramática gerativo-
transformacional representou um movimento em oposição ao então predominante
estruturalismo, mas por outro lado ambos se opõe radicalmente à rigidez da linguística
prescritiva Linguística essa, que dá a noção de certo ou errado. Aquilo que não estiver
de acordo com as normas, com as regras gramaticais, é classificado como errado. Esta
teoria predomina desse meado do século XVIII até o início desde século, e é ainda
encontrada no currículo de muitas escolas hoje.


Estruturalismo Linguístico - Parte 1

Estruturalismo tem como início o lançamento do “Curso de Linguística Geral”, de Ferdinand de Saussure, em Genebra, na França. Uma publicação póstuma, feita por dois de seus alunos, cujo conteúdo é constituído por anotações feitas durante as aulas.
Não havia Linguística antes de Saussure, e sim “estudos sobre a linguagem”. Com o intuito de elevar a Linguística à categoria de ciência, e influenciado pela corrente positivista, para a qual uma ciência somente o seria a partir do momento que apresentasse o objeto e o método de estudo, Saussure passa a dedicar seus esforços à delimitação do campo, à definição do objeto e à elaboração de um método, através do qual desenvolver-se-iam os estudos linguísticos.
O fenômeno linguístico apresenta sempre duas faces que se correspondem, sendo que uma não vale senão pela outra. É a noção de dicotomia, difundida por Saussure em seus postulados e perpetuada nos sistemas linguísticos, a qual se refere, portanto, a dois elementos que possuem características opostas, mas que ao mesmo tempo mantêm uma relação de interdependência.
Em contraposição aos estudos anteriores, Saussure afirma que a matéria da linguística é constituída por todas as manifestações da linguagem, considerando-se em cada período não só a linguagem correta ou a “bela linguagem”, mas todas as formas de expressão.
Saussure relaciona os seguintes objetivos

1. Determinar a natureza do objeto de estudo e o que o linguista faz;
          2. Estabelecer os universais linguísticos;
          3. Determinar os mecanismos da língua a partir dos valores adquiridos pelo sistema;
          4.  Clarificar conceitos e criar um método de estudo.
As teorias de Saussure se desenvolveram a partir de dicotomias, e a primeira delas, 
Língua X Fala, foi utilizada para determinar o objeto de estudo da Linguística. 
Segundo Saussure, a fala ainda apresenta outras características que a opõe à língua: é heterogênea, assistemática e inovadora, representando a individualidade de cada falante.
Para Saussure há duas formas de se observar a língua: em sua época (sincronia) e através do tempo (diacronia). 
A terceira dicotomia diz respeito ao signo, elemento constituinte das línguas, e que apresenta duas faces em sua definição. Para Saussure o signo é a junção do significante com o significado, ou seja, é a união da imagem acústica com o conceito.
Por fim, para se chegar aos valores imutáveis do sistema, é preciso observar o seu funcionamento nos dois eixos da linguagem: o eixo associativo (paradigmático) e o eixo sintagmático.
Através dos postulados de Saussure a língua passa a ser passível de formalização, o primeiro passo para a constituição da Linguística com sistema. Suas concepções foram as bases do Estruturalismo Europeu, e mais tarde, fizeram a Linguística ser denominada Estrutural.