quarta-feira, 12 de junho de 2013

Metamorfose

Lá estava ela deslizando em seu jardim, o seu reduto, o único lugar em que sentia paz para pensar em tudo aquilo que a atormentava. Tinha tanta coisa em sua mente que parecia estar sufocando em seus pensamentos.

Desde muito tempo se convenceu de que era completamente inútil, insignificante, sem predicados e que morreria assim. Sua vida estava fadada a arrastar-se, vagando para qualquer lugar, carregando o peso de seu corpo.

Nunca alguém havia a elogiado. Nela não havia beleza. Não recebia carinho ou atenção, ao contrário, sempre que alguém notava sua existência reagia mostrando asco e se afastava.

Não conseguia entender todos a tratavam dessa maneira. No começo achou que era injustiçada, mas ao perceber que ninguém esboçava outra reação e que não podia fazê-los mudar de opinião, resolveu que essa era sua verdade. Teria que aceitar que se esse era o tratamento que tinha, era porque o merecia.

Mesmo sendo independente, pois desde pequena conseguia sustentar-se sozinha, podendo viver onde queria e tendo a chance de ter e fazer suas escolhas, o julgo que lhe impunham era pesado demais, tanto que esmagou seus desejos.

Sentia-se tão miserável, que mesmo tão pequena, era como se carregasse o peso de todas as dores do mundo em cima dela. Subiu em uma árvore para repousar, ali era calmo e solitário. Não poda ir além e fechou seus olhos.

De repente sentiu que começava a perder o controle de si. Sentia uma força avassaladora dominando-a. Sem saber como já não era mais senhora das suas vontades e de seu próprio corpo. Parou de resistir. E isso não era ruim. Na verdade era muito bom e ela gostou.

Aquela era, depois de não se sabe sequer quanto tempo, a primeira vez que a pressão do mundo exterior e a opinião das outras pessoas não importavam mais. Agora se sentia desnudada de rótulos.

À medida que o torpor aumentava começou a perceber que uma mudança operava-se dentro e fora dela. Começou a perder sua consciência. A partir daquele ponto sabia que sua vida nunca mais poderia ser igual. Fechou os olhos e abraçou seu destino silenciosamente. Acabou.

...

Quando conseguiu recobrar sua consciência lutou para escapar de sua prisão e conseguiu fugir. Agora era livre, mas já não era ela mesma, sua metamorfose estava completa.

Finalmente compreendeu que todos os acontecimentos a levaram aquele momento, que precisa traçar o caminho do sofrimento, pois ele a conduziu ao amadurecimento.

E só assim pode se transformar de uma lagarta presa em seu casulo, em uma linda borboleta.


Por Rafaela santiago Malaquias

terça-feira, 4 de junho de 2013

Linguística Textual APS

Esse texto a seguir tem como objetivo apresentar a origem e o objeto de análise da Linguística Textual, seu desenvolvimento histórico, e apresentar seus elementos de estudo, como a Coesão e Coerência e do texto em si.

A Linguística Textual é o ramo da ciência Linguística que estuda o texto em si. Ela passou ao longo dos tempos por três fases importantes, que foram ampliando os seus elementos de estudo.
O estudo do texto surgiu nos anos 60, quando pesquisadores europeus, entre eles o alemão Harald Weinrich (por quem o estudo foi empregado pela primeira vez), sentiram falta de um estudo que compreendesse a frase para além dela mesma, já que até aquele momento, a Linguística era pautada somente no estudo da PALAVRA, da FRASE e do PERÍODO.
A partir do estudo para além da frase e do texto, vemos que o texto não é somente formado por uma sequencia de frases, ele se constitui de um conjunto de relações entre os componentes nele presentes.
Na sua primeira fase, em meados dos anos 60, a Linguística Textual focava seus estudos nas ligações entre os elementos do texto, como o uso de pronomes pessoais para fazer remissão a algo já dito, por exemplo.
Nos anos 70, ela entra em sua segunda fase, passando a analisar o texto como uma unidade de comunicação. Falamos e escrevemos por meio de frases, e precisamos para isto, levar em consideração quem é a pessoa com quem falamos, a situação em que nos encontramos, o assunto tratado no momento, entre outros.
O contexto da situação interfere no modo como interagimos e usamos a linguagem com as outras pessoas.
O texto falado tem um emissor e um receptor, que trocam falas, e que tem geralmente a presença do texto produzido por ambos, com ressalvas do que estão conversando, explicações, opiniões variadas, acompanhadas por gestos, expressões faciais, e muitas outras interações.
A Análise Linguística, que estuda a estrutura da fala, tem como principais características também as repetições, as interrupções, as falas simultâneas, a sobreposição de vozes, entre outros.
No texto escrito, o leitor não tem contato com o escritor, com isso, não há a participação conjunta na produção do texto, como acontece numa conversa.
O estudo do texto também está relacionado, e deve levar em conta várias características dos interlocutores, como por exemplo, a relação entre as pessoas a que a fala/texto se refere, o grau de conhecimento, a posição social, entre outros.
Na década de 80, a Linguística Textual voltou sua atenção aos conhecimentos em que as pessoas tem para elaborar um texto. Com isso, vemos que para elaborar um texto, nosso meio e cultura tem uma importância fundamental, e que esses conhecimentos que trazemos conosco, nos ajuda a ter uma competência comunicativa melhor compreendida.
Os textos são compostos por costuras, que facilitam seu entendimento, e que são chamados de elementos coesivos.
Costumou-se definir coesão como a forma com que os elementos linguísticos presentes no texto se interligam, de modo a formar um tecido, uma unidade de nível superior à da frase, que se dividem em cinco formas, que são: a referência, a substituição, a elipse, a conjunção e a coesão lexical.
Essas formas se dividem em dois grupos. No primeiro grupo estão presentes a REFERÊNCIA, a SUBSTITUIÇÃO, a ELIPSE, e uma parcela da COESÃO LEXICAL. E no segundo grupo, a outra parcela de COESÃO LEXICAL, bem como a CONJUNÇÃO.
Os elementos coesivos colaboram para fixar relações de sentido entre os componentes do texto, isto se deve também porque o sentido do texto fundamenta-se por outros fatores, além dos coesivos, a partir do qual se constitui a coerência textual.
A coerência textual diz respeito a construção do sentido do texto. Exige um domínio linguístico, pragmático e extralinguístico de quem escreve o texto.

Por fim, a Linguística Textual é uma ciência que pretende por si só, estudar a estrutura da frase e do texto, através de vários elementos linguísticos, buscando através desse estudo elementos de coesão, de coerência, e o sentido geral por trás e para além do texto, que é constituído pelos elementos culturais de quem escreve e também de quem lê, e que com isso ultrapassa os limites do texto, o transformando não em um simples texto, mas em um objeto de estudo que vai além do que está exposto em suas linhas escritas.




BIBLIOGRAFIA:
  • Koch, Ingedore G. Villaça. Introdução a Linguística Textual. São Paulo 2009. Martins Fontes.
  • Bentes, Anna Cristina. Introdução à Linguística - Domínios e Fronteiras Vol. 2. Cortez Editora.

Escolha do Nome Nem Uma Nem Outra

Olá pessoal.
Criamos esse blog (eu e algumas amigas)  para publicar nossos trabalhos da faculdade, e também alguns textos próprios.

A escolha do nome foi feita por mim (Roberta). O nome é o título de um conto do Machado de Assis (um dos nossos autores favoritos) que eu gostei muito e achei legal porque se encaixaria no blog, já que ele será escrito por mais de uma mulher.

Abaixo vai o link do texto Nem Uma Nem Outra do Machado de Assis.

http://machado.mec.gov.br/images/stories/pdf/contos/macn045.pdf

Abraços.

Roberta Melo