Esse texto a seguir tem como objetivo apresentar a
origem e o objeto de análise da Linguística Textual, seu
desenvolvimento histórico, e apresentar seus elementos de estudo,
como a Coesão e Coerência e do texto em si.
A Linguística Textual é o ramo da ciência Linguística
que estuda o texto em si. Ela passou ao longo dos tempos por três
fases importantes, que foram ampliando os seus elementos de estudo.
O estudo do texto surgiu nos anos 60, quando
pesquisadores europeus, entre eles o alemão Harald Weinrich (por
quem o estudo foi empregado pela primeira vez), sentiram falta de um
estudo que compreendesse a frase para além dela mesma, já que até
aquele momento, a Linguística era pautada somente no estudo da
PALAVRA, da FRASE e do PERÍODO.
A partir do estudo para além da frase e do texto, vemos
que o texto não é somente formado por uma sequencia de frases, ele
se constitui de um conjunto de relações entre os componentes nele
presentes.
Na sua primeira fase, em meados dos anos 60, a
Linguística Textual focava seus estudos nas ligações entre os
elementos do texto, como o uso de pronomes pessoais para fazer
remissão a algo já dito, por exemplo.
Nos anos 70, ela entra em sua segunda fase, passando a
analisar o texto como uma unidade de comunicação. Falamos e
escrevemos por meio de frases, e precisamos para isto, levar em
consideração quem é a pessoa com quem falamos, a situação em que
nos encontramos, o assunto tratado no momento, entre outros.
O contexto da situação interfere no modo como
interagimos e usamos a linguagem com as outras pessoas.
O texto falado tem um emissor e um receptor, que trocam
falas, e que tem geralmente a presença do texto produzido por ambos,
com ressalvas do que estão conversando, explicações, opiniões
variadas, acompanhadas por gestos, expressões faciais, e muitas
outras interações.
A Análise Linguística, que estuda a estrutura da fala,
tem como principais características também as repetições, as
interrupções, as falas simultâneas, a sobreposição de vozes,
entre outros.
No texto escrito, o leitor não tem contato com o
escritor, com isso, não há a participação conjunta na produção
do texto, como acontece numa conversa.
O estudo do texto também está relacionado, e deve
levar em conta várias características dos interlocutores, como por
exemplo, a relação entre as pessoas a que a fala/texto se refere, o
grau de conhecimento, a posição social, entre outros.
Na década de 80, a Linguística Textual voltou sua
atenção aos conhecimentos em que as pessoas tem para elaborar um
texto. Com isso, vemos que para elaborar um texto, nosso meio e
cultura tem uma importância fundamental, e que esses conhecimentos
que trazemos conosco, nos ajuda a ter uma competência comunicativa
melhor compreendida.
Os textos são compostos por costuras, que facilitam seu
entendimento, e que são chamados de elementos coesivos.
Costumou-se definir coesão como a forma com que os
elementos linguísticos presentes no texto se interligam, de modo a
formar um tecido, uma unidade de nível superior à da frase, que se
dividem em cinco formas, que são: a referência, a substituição, a
elipse, a conjunção e a coesão lexical.
Essas formas se dividem em dois grupos. No primeiro
grupo estão presentes a REFERÊNCIA, a SUBSTITUIÇÃO, a ELIPSE, e
uma parcela da COESÃO LEXICAL. E no segundo grupo, a outra parcela
de COESÃO LEXICAL, bem como a CONJUNÇÃO.
Os elementos coesivos colaboram para fixar relações de
sentido entre os componentes do texto, isto se deve também porque o
sentido do texto fundamenta-se por outros fatores, além dos
coesivos, a partir do qual se constitui a coerência textual.
A coerência textual diz respeito a construção do
sentido do texto. Exige um domínio linguístico, pragmático e
extralinguístico de quem escreve o texto.
Por fim, a Linguística Textual é uma ciência que
pretende por si só, estudar a estrutura da frase e do texto, através
de vários elementos linguísticos, buscando através desse estudo
elementos de coesão, de coerência, e o sentido geral por trás e
para além do texto, que é constituído pelos elementos culturais de
quem escreve e também de quem lê, e que com isso ultrapassa os
limites do texto, o transformando não em um simples texto, mas em um
objeto de estudo que vai além do que está exposto em suas linhas
escritas.
BIBLIOGRAFIA:
- Koch, Ingedore G. Villaça. Introdução a Linguística Textual. São Paulo 2009. Martins Fontes.
- Bentes, Anna Cristina. Introdução à Linguística - Domínios e Fronteiras Vol. 2. Cortez Editora.
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